Vídeo da semana.



"Jaime e as bolotas"

O Jaime plantou uma bolota, mas... nem todas as bolotas chegam a ser árvores. Dedicado a todos os que plantam árvores e sonhos.








           Tìtulo disponível na nossa bilbioteca.

Poema da semana





XXV
 
Uma humidade corrosiva
cinzenta,
quase incolor e gasta
se espalha…
De súbito. Sem odor ou cor…
Pára o som!
E não se esgota neste fio
de silêncio e solidão
aquela humidade longa,
fria
    e corrosiva
de quase incolor podridão.
 
 
Avelina da Silveira in Mas o silêncio fica-me nos lábios, 
Secretaria Regional da Educação e Cultura, Coleção Gaivota n.º 34, 1983
 

Poema da semana




Não sei se sabes
 
Não sei se sabes,
sou do sul.
A minha terra,
rio, rosa e sol
do meu peito,
é a sombra do rosto
de minha mãe
à janela
da memória.
 
Eu brincava com a chuva
nos cabelos revoltos
da manhã.
O clamor dos eucaliptos
tremia no meu sangue
e os passos do vento
perdiam-se no meu andar.
 
A cantar perseguia
o silêncio até adormecer
entre os braços
do crepúsculo.
 
Como lâmpadas
que de súbito se apagam,
os meus olhos perderam
nos regatos
a luz do entardecer.
 
Esta é uma revoada
de folhas na memória,
na janela onde minha mãe
vê o silêncio sentar-se
à porta.
 
Digo-te, do rio
que me despedi não sei
onde o afluente
envolve as palavras
e a memória
do olhar.
 
Eduardo Bettencourt Pinto in Mão Tardia (1981), Col. Gaivota


E tu, o que andas a ler?


Tantas vezes andamos à procura de qualquer coisa para ler e nada nos seduz...



Numa tentativa de ultrapassar esse impasse, sugerimos algumas leituras que a nossa gente anda a fazer.




Passa por cá, vê o que andamos a ler.



Anda lá!

O mês da amizade




No presente contexto da celebração do Dia de Amigos e de Amigas, a Biblioteca da Escola leva a efeito uma atividade sobre o tema “AMIZADE”.
Tal atividade tem por objetivo valorizar a teia das relações humanas, com uma temática sempre viva, atual e imprescindível ao viver humano.




Pensar e refletir sobre a amizade é pensar e refletir sobre o modo de estar em relação com os outros e, deste modo, descobrirmo-nos e conhecermo-nos melhor.  



Cinema!

Todos nós já vivemos a experiência de ver um filme do qual já tinhamos lido o livro.

Pessoalmente, prefiro sempre o livro ao filme. Com o livro, consigo a experiência única e individual que com o filme não é possível. Não há espaço para a imaginação, para tornar as personagens reais e parte da minha vida ( no momento em que leio).

Como tal, na tua biblioteca, temos disponiveis alguns dos livros adaptados ao cinema, que durante o mês de janeiro, serão exibidos no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.
São eles:
O Hobbit, A Vida de Pi, e outros mais.




Poema da semana




Palavras em busca de meu pai,
no endereço que calculo
 
O meu capital de vida já está gasto e estou a viver
só de crédito. Crédito que o destino me dá por
distracção, por piedade, por curiosidade.

Julio ramón ribeyro
[tradução de Tiago Szabo)
 
mais dia, menos dia, José,
apareço por aí,
levado, à boleia, pelo alazão da morte.
 
fiz lista de quase tudo
o que te dará consolo
- um pouco de água azeda,
o cheiro do mar, um rádio pequenino,
laranja de muito sumo e livros do Conrad.
 
guarda-me um lugar de alma
a dois palmo da tua mão,
por causa do gume da noite
ou do silvo de cada manhã.
 
e deixa dormir o meu silêncio
com a face pousada no teu ombro,
enquanto, baixinho, a tua voz
chama pelo nome cada lágrima.
 
por aqui, o que se foi do medo
anda regressado.
coisas de adivinhar, como calculas,
emendas de verso branco no soneto da utopia.
 
o nosso anjo-da-guarda
está dentro da nossa sombra, disseste-me.
e desenhaste uma asa no molhado da areia.
lembras-te?
 
Boa noite, meu pai!
 
Emanuel Jorge Botelho

Começamos o ano com o pé direito!



Os alunos do pré-escolar da escola de São Bartolomeu vieram conhecer a nossa biblioteca no dia 10 de janeiro.
Ouviram uma história e cantaram com os professores Mário Rego e Pingo Grapiuna. Divertiram-se muito e foi uma manhã muito bem passada.




Esta atividade está inserida no plano anual de atividades e é nosso objetivo que todos os alunos do pré-escolar tenham oportunidade de vir à biblioteca durante este ano letivo. Não podemos deixar de agradecer aos professores envolvidos toda a disponibilidade demonstrada.

Muito obrigada pela vossa presença.


Vídeo da semana.


" a máquina de fazer espanhóis "

                                                  valter hugo mãe







"um dos romances de maior sucesso no ano de 2010 em Portugal, consensualmente elogiado pela crítica.
no país dos silvas poucos serão os que escapam a pensamentos paradoxais de profundo amor pela nação misturados com uma ancestral dúvida sobre se não estaríamos melhor como cidadãos do país vizinho. entre o dramático da vida, com a idade a descontar o tempo, e o hilariante da casmurrice e da senilidade, este romance é um retrato dos homens que perduram depois da violência mais fracturante.
é um retrato delicado e sensível da terceira idade, com o que acarreta de ideias confusas sobre o passado e sobre o presente.
há, mesmo depois da tragédia, uma felicidade possível, como se para algumas coisas estivéssemos reservados, contra todas as expectativas, tristezas e frustrações acumuladas."

                                                                                           Em: www.valterhugomae.com/
Título disponível na nossa biblioteca.
                                                                        
                                                                               


           Carta de:
           valter hugo mãe, 8 de julho de 2011, para a Festa Literária Internacional de Paraty

                  



                                                                              Em: www.flip.org.br/noticias.php?id=668


Poema da semana




RECEITA PARA JANEIRO
(variação sobre poema de C.L.B.)



Ele o disse tendo as mãos uma a uma
Nas calças de ganga muito sujas, revelindo
Sopitando, os olhos então fechados:
- Janeiro é o mês das crias, dos bezerros
Dos leitões, dos cachorros, das chuvas
Dos carunchos álbidos e plicados, dos que pervagam
Anemófobos na ilusão dos clâmides
Entanguidos e agrazes. Couratos;
Janeiro é o mês dos enganos, não da agricultura, oh não!
Por meu turno, pus as mãos uma a uma na cerca e silenciei-me por instantes.
 
Estaria a falar da Morte? Quem assim deste modo esfíngico por ele faria?
A voz saiu-me baixa, baça, branca – também sibilina:
– Janeiro tanto pode ser o mês dos reis magos como
O do começo de um cancro nos intestinos.
A andar sente-se melhor o mundo, mas
Só em casa a Morte nos visita, ensinando o que interessa.
Aos meus mortos, profetizo-lhes o fim e, depois,
Depois pinto a casa de branco, se bem que permaneça
Sete anos de visitas dominicais ao cemitério da Memória
Acordada com flores deste jardim que aqui vê
Porém, não interessa onde começo, pois aí voltarei na devida altura.
– Hã? - indagou, abandonado pelas presenças imortais.
– Nada. Estava a falar em grego. Vou buscar dinheiro.
 
Ingredientes:
Caruncho: pó proveniente da acção destruidora dos insectos na madeira
Por extensão poética em todo o acontecimento vital (“Tu és pó…” etc.);
Álbidos: algo branco, o Poeta esqueceu-se do que era para dizer;
Plicados: assim o mar, quando a fria aragem;
Pervagam: sim, pervagam os poetas, como em “Deus escreve direito por linhas tortas”, etc.;
Anemófobos: diz-se daqueles que amam o vento;
Clâmides: denominação poética para calças de ganga Levi’s 501 W-L31;
Entanguidos: “Este pequeno entanguido nunca há-de ser nada nesta vida”;
Agrazes: q.b.;
Couratos: compram-se do ano anterior, depois de curtidos
Como tudo o que nesta receita há-de entrar.
 
 
– Estava a falar em grego. Aqui está o dinheiro. Obrigado e bom dia.
 
 
Mário Cabral in O Meu Livro de Receitas, Ed. Pedra Formosa, 2000.


Feliz Ano Novo!












2013 chegou.



Na tua biblioteca já se encontram novos títulos, atividades e informações sobre o que se anda a fazer no mundo da leitura.




Passa por cá.

Vídeo da semana.


      

 " A Girafa que comia estrelas"

                                               de  José Eduardo Agualusa


 Era uma vez uma girafa chamada Olímpia. Era muito alta e  andava    sempre  com a cabeça nas nuvens...