O Baile da Biblioteca


O Baile da Biblioteca

Há quem considere o simples ato de ler algo monótono e enfadonho. Todavia, ler é ir mais além quando nos entrosamos na subjetividade dos vocábulos e viajamos ao sabor do discurso, seja ele de uma narrador autodiegético (em que o protagonista é quem conta a história), heterodiegético (narração feita na terceira pessoa) ou homodiegético (narração realizada por uma personagem secundária, por exemplo).

As vivências e emoções disparam na alma e nos sentidos de quem lê como se de um baile de palavras se tratasse. Bailar adquire aqui um sentido conotativo ainda maior se falarmos do Baile da Biblioteca, de Rui Veloso, Jorge Palma, João Gil e Tim (Grupo “Cabeças no Ar”). Esta é uma excelente música, cuja letra remete para a ideia de que ler é “bailarmos” com as personagens, com os autores e narradores que de muito sui generis se nos apresentam nas inúmeras prateleiras das estantes de bibliotecas à espera que lhes peguemos e com eles “dancemos”.

Escuta, então, a seguinte música e que esta interpretação te sirva de mola impulsionadora para mais uma profícua leitura.


Baile da Biblioteca
Cabeças no Ar

Sou o vosso professor
E sei de um baile de gala
Que se dá todas as noites
Nas estantes da tua sala

Olha Ulisses o Argonauta
A dançar com o mar à proa
Aquele é o senhor Fernando
A dançar com a sua Pessoa

Olha o mestre Gil Vicente
Entre a rainha e o bobo
E aquele à frente é o Aleixo
É o poeta do povo

É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile, é o baile
Da biblioteca

Sai o Zorro de rompante
Numa lombada de couro
A declarar ser migrante
Para a ilha do tesouro

Ao piano o Conde d'Abranhos
Não dá sinais de abrandar
É preciso o sol nascer
Para o baile acabar

Como se anda Dom Quixote
Largando da mão a lança
Vamos dormir criaturas
Que amanhã também se dança

É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile, é o baile
Da biblioteca.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário