Parede a parede dentro de mim
Nunca foi tão curto este quarto…
Era a hora do sol morto de um avião a subir
a voar fora de mim.
Cara
parede a parede
nunca foi tão curto este quarto.
Bailava a música sozinha
(nunca a música me soubera a silêncio
desesperado).
Parede a parede
nunca foi tão curto este quarto.
Já tempestades arrancaram flores
esta arranquei-a eu dentro de mim
(…o avião galgando espaços…)
Parede a parede
nunca foi tão curto este quarto.
Rui Duarte Rodrigues in Os Meninos Morrem dentro dos
Homens,
Angra do Heroísmo, 1970
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